terça-feira, 23 de março de 2010

Aniki Bóbó de Manoel de Oliveira


Aniki-Bóbó é uma história com miúdos, baseada no conto de Rodrigues de Freitas "Meninos Milionários".
A história é simples e tem como ambiente de fundo a zona ribeirinha do Porto e Gaia. Retrata a rivalidade entre dois miúdos, o Carlos e o Eduardo, que gostam da mesma rapariga, de nome Teresinha. Um é atrevido, valentão e astuto enquanto o outro é tímido, bom e sossegado. A rivalidade entre ambos vai aumentando no decorrer do filme e, um dia, para tentar atrair a atenção e agradar à sua apaixonada, Carlos rouba uma boneca da Loja das Tentações, que sabia que a menina gostava e desejava ter para si.

Teresinha fica muito contente com a boneca e começa a prestar mais atenção ao Carlitos.
No entanto, um dia, numa brincadeira inocente, Eduardo escorrega e cai ao lado de um comboio que passa naquele momento. Todos, inclusive Teresinha, julgam que Carlos foi o culpado e afastam-se dele.
Carlos pensa fugir num barco ancorado no cais do rio por se sentir sozinho e abandonado pelos amigos, mas é descoberto. Finalmente, tudo se esclarece por intervenção do dono da "Loja das Tentações" que assistira ao acidente e que retira todas as suspeitas de cima do Carlitos.

Todos fazem as pazes com o rapaz e podem assim, voltar a jogar aos polícias e ladrões, ou seja, ao jogo do Aniki-Bóbó ("Anikibébé. Anikibóbó. Passarinho. Tótó. Berimbau. Cavaquinho. Salomão. Sacristão. Tu és polícia. Tu és ladrão") - fórmula mágica que, nas brincadeiras de crianças, permite determinar, sem discussão, quem é polícia e quem é ladrão.
Aniki-Bobó representa a passagem de Manoel de Oliveira do documentário para a ficção. É um filme que se desenrola numa rivalidade entre crianças que manifestam sentimentos como a hipocrisia, o egoísmo, a inveja, a superioridade.
O filme transmite uma mensagem de paz, de reconciliação feita através do dono da "loja das tentações", a todos os jovens perdidos em rivalidades inúteis. Faz um apelo à amizade, à compreensão sentida, verdadeira e real dentro das normas de convivência.
Estreou no cinema Éden, a 18 de Dezembro de 1942 e o público não acolheu com grande simpatia esta grande obra do cinema português.
Embora seja um filme protagonizado por crianças, não é um filme para crianças. Alguns críticos terão, talvez, pensado que o filme transmitia ideias erróneas sobre a vida e a inocência das crianças.

Concurso de Poesia

"Navegando pelo Douro"

Este é o tema que tem vindo a ser desenvolvido em Área de Projecto pelo Grupo II da turma 1206. Com o objectivo de promovrer a participação dos alunos do básico nas actividades dos alunos do secundário, este grupo realizou uma actividade de poesia, em que incentivou os seus colegas mais novos a usarem do seu "engenho e arte" para que escrevessem poemas cuja temática era exactamente "Navegando pelo Douro".
Os resultados estão à vista: após o concurso, foram seleccionados os três vencedores. O grupo organizador agradece a participação de todos os concorrentes e dá os parabéns aos artistas que chegaram ao pódio. Tal como prometido, os poemas eleitos foram publicados no blogue do nosso grupo.

Os prémios serão distribuídos na primeira semana do 3º período.

1º Lugar: Juliana, 902

Douro

Douro,
Homem de olhar azul,
De rosto húmido
Do manto de botão-de-ouro.
Douro namora a vinha
Dos cabelos cacheados
E do sabor distante.
Nosso Douro de ouro
Beleza estonteante
Vinha linda inteiramente portuguesa
Um tesouro, mil e uma homenagens
Um orgulho, de certeza.

2º Lugar: Rita Fonseca e Costa, 901

Douro vinhateiro...

Quem está nas suas margens
Encanta-se com o suave passeio das águas calmas
E do chilreio das aves pardas no verde das ramagens

E delicia-se com o leve ondular
Das encostas ao leito,
Como a saudade que trazem no peito
Os que o Douro viu à luz dar

Eles que partem e levam na face
O que nenhum sorriso ou disfarce
Pode de facto esconder

E podem até negar o certo
Mas nunca terão o coração tão aberto
Como quando olham o rio que os viu nascer.

3º Lugar: Francsico Manuel Moreira, 701

Navegando pelo Douro

Pelo Douro navegava
Num barquinho a remo
Sempre a remar me cansava
Naquele rio ténue

Observo a paisagem
Os teus grandes vales
Adoro esta viagem
Que para mim não tem males

Com as vinhas eu me espanto
Com o vinho é de meter medo!
Gostava de te tirar esse manto
Para saber o teu segredo

Adorava cá viver
Pelas margens do Douro
Via o sol nascer
Que brilhava como ouro.